Ás vezes temos de sair de nós para passarmos a ser os espectadores da nossa vida, analisarmos as nossas decisões, os nossos sentimentos, julgarmos as nossas atitudes. Começa a ser fácil fazê-lo quando se torna uma prática quase diária. Esta pode ser uma forma de também tentarmos perceber os nossos medos e não os deixar agir por nós. Toda a gente os tem, uns conseguem lidar com eles melhor do que outros. Uso como estratégia, para me livrar deles, ou pelo menos, não deixar que tomem o comando da minha vida, olhar para eles de frente, até mesmo falar com eles. Parece ridículo pensar em fazer isto no início, mas por mais ridículo e falta de sentido que pareça ter, foi a forma que me deram a conhecer para lidar com eles. Quero muito da vida, acredito que todos estamos aqui para contribuir de alguma forma para a humanidade, seja no que for. Quero viajar, conhecer novos mundos, novas realidades e culturas. Para já, esta viagem não passa dos livros. Ler muito e é o que me faz sonhar, dá lugar à minha imaginação. Quero correr a Europa e a Ásia e ir até ao sul do mundo, à Terra do Fogo. Pelo menos, faço-o dentro de mim, através dos livros. Para perceber o que quero da vida tive de me afastar da pessoa que amo. Não é a primeira vez que acontece. Sem me aperceber, afeiçoo-me a essa pessoa, até que se torna o meu porto de abrigo. Aí, os medos voltam. Há quem não precise desse afastamento, mas eu preciso. Não deixo, porém, de amar. Ainda amo quem amei antes de amar esta pessoa. Amo demais o mundo e a vida para me deixar paralisar pelos medos. Acredito em Gonçalo Cadilhe quando diz em A Lua Pode Esperar que "A melhor percepção do mundo é-nos dada pelo ritmo dos nossos passos". Mal posso esperar para descobrir, por experiência própria, a veracidade desta frase.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
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